Foi realizada a Conferência de Teologia Vida Nova em João Pessoa - PB neste mês de novembro, de 8 a 10 na Primeira Igreja Batista. Nos dias 08 e 09, a
preleção ficou por conta do Pr. Ricardo Barbosa (Igreja Presbiteriana do Planalto) que no dia 09 analisou a vida
e a teologia de Richard Baxter a partir de dados de sua vida e de seus escritos
e no dia 10 discorreu sobre a espiritualidade e a ética na tradição puritana. Após a preleção, havia um
espaço para as perguntas. No dia 10, Pr. Hélder Cardin apresentou A relação entre a teologia e piedade nos puritanos. Foi muito
esclarecedor e abençoador por isso mesmo porque as Escrituras estavam como
pressuposto das preleções.
J.I. Packer também foi
citado durante a conferência como uma autoridade que se interessou, estudou,
entendeu e interpretou a vida, a teologia e a vida prática dos cristãos nos séculos XVI, XVII,
XVIII. No último dia (dia 11), Pr. Hélder tratou da piedade daqueles homens e
mulheres, de sua teologia, sua piedade e devoção, sua perspectiva global da
vida, incluindo a família e o papel do pai, a relação com os filhos, a pregação
das Escrituras, tudo com citação de frases e alusão à considerações dos
próprios autores puritanos como de estudiosos em relação a eles e a igreja
moderna. Sobre este último ponto, que é o que mais me cativou, quero pôr algumas
considerações pessoais.
Já conhecia desde o início dos anos 90 a obra de vários puritanos. Contudo, a conferência contribuiu para a reorganização das minhas impressões sobre a igreja desta geração. E aqui enumero algumas delas:
1 De fato, enquanto igreja moderna, estamos distantes e afastados
desta perspectiva prática das Escrituras na nossa vida. Somos uma igreja sem
transformar a vida do mundo mas moldada, na prática, por seus paradigmas e comportamentos
seculares, realidade da qual já tinha certeza e cujas convicções agora se
fortaleceram.
2 Somos crianças na fé, anões espirituais, como afirmam alguns
estudiosos do puritanismo, quando comparamos a nossa vida com a deles. Não estudamos
o suficiente a Escritura, não meditamos nela, não a compartilhamos com poder e
não temos muito fruto por causa dessa pequenez no exercício da devoção e piedade.
3 Temos um grande desafio de voltarmos ao primeiro amor, pois
separamos a vida da Teologia. Saí reconhecendo a minha pequenez e a da minha
geração com a certeza de que o caminho para exaltação passa pela humilhação
diante da digníssima majestade de Deus, nosso bondoso Rei e Salvador.
4 Por último, destaco que se compreendermos a nossa maior
necessidade, que é nos voltarmos para Deus como nossa prioridade maior,
compreenderemos igualmente de modo claro as diversas dificuldades enfrentadas
pelos cristãos desta geração e teremos mais chances de resolver nossos problemas
eclesiásticos em todas as suas esferas.