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domingo, 12 de março de 2017

Apóstolo Paulo: Homem de Visão, Homem de Oração

                                                                                                   Carmelo Peixoto

Por diversas  vezes ficamos inquietos e tentando descobrir por que não muitas pessoas mostram-se apáticas aos apelos da liderança para se dedicarem à oração na igreja, seja em cultos de oração semanal ou em trabalhos do tipo jornada de oração, reuniões especiais, etc. Causa estranheza e perplexidade o fato de tanta gente louvar a Deus e exaltar o nome de Deus nos cultos corriqueiros e dominicais, semana após semana, mas não comparecerem nem lamentarem o não comparecimento a tais reuniões de oração.

Há muito eu mesmo tenho me inquietado com este fato. Creio que nem sempre buscamos respostas na Palavra de Deus e isto é um problema para conseguirmos ver as causas das dificuldades que o povo de Deus enfrenta. Mas a Bíblia de fato tem respostas para estas e todas as outras indagações.

Estava lendo o livro de Efésios novamente quando cheguei ao capítulo 3:14-20 em que Paulo escreve que ora pelos Efésios focando nos aspectos espirituais da vida deles. Voltei então ao início do mesmo trecho e percebi que o apóstolo começa com a expressão "Por esta causa, eu...". Então compreendi que para Paulo fazer aquela oração ele tinha um motivo. Qual era? Estava explicado desde o início do capítulo 3 quando ele fala do mistério revelado a ele desde o versículo 2 até o 13. Paulo fala do mistério, que ele já tinha esclarecido desde o cap. 2. Quero citar só dois versículos para mostrar a grandeza da revelação:

 "A saber, que os gentios são co-herdeiros, e de um mesmo corpo, e participantes da promessa em Cristo pelo evangelho; do qual fui feito ministro, pelo dom da graça de Deus, que me foi dado segundo a operação do seu poder." Efésios 3:6,7

Tal grandeza de revelação termina no verso 13, que antecede o fato de Paulo expor que ele costuma orar pela vida espiritual dos efésios. Aí está a explicação. Primeiro vem a visão da grandeza da obra de Deus, para depois vir o desejo, a necessidade e a consciência da responsabilidade da oração. Dizendo de outro modo, não podemos ter uma vida de oração que clama pelo Reino se nós não virmos a grandeza desse Reino. Não se pode exigir de irmãos um compromisso de oração se eles não têm a visão aberta para "a esperança da sua vocação (...) para as riquezas da glória da sua herança nos santos (...) para a sobre-excelente grandeza do seu poder sobre nós, os que cremos, segundo a operação da força do seu poder (...)" - Efésios 1:18,19 -, para as insondáveis riquezas de Cristo. Isto explica em parte a apatia para com a oração tão reconhecida por pastores e líderes.

Voltando ao início do capítulo 3, Paulo inicia com a mesma expressão: "Por esta causa, eu ...".
Então voltei ao capítulo 2 e percebi a mesma coisa. Depois de revelar a salvação pela graça e a junção de judeus e gentios no corpo de Cristo (o mistério - gentios como co-herdeiros), depois de revelar estas maravilhosas verdades, Paulo reconhece/expressa sua condição de prisioneiro de Cristo Jesus pelos efésios: "Por esta causa, eu, Paulo, sou o prisioneiro de Jesus Cristo por vós, os gentios; (Efésios 3:1)

Novamente, antes vem uma revelação, depois uma atitude ou disposição. Ainda uma vez: note no capítulo 1. Primeiramente, Paulo trata da eleição, da predestinação, da revelação do mistério da vontade de Deus, da salvação pela fé no Evangelho, da garantia da salvação, para só depois, falar que estava orando. Ele começa exatamente a falar de oração no contexto do versículo 15 em que, não por acaso, inicia com a expressão "Por isso" e depois no versículo 16 afirma "Não cesso de dar graças a Deus por vós..."; queridos, muito significativo que Paulo vai pedir coisas espirituais para os efésios no verso 17. Fica, então claro, que primeiro aparece a visão da obra de Deus, em seguida a oração. É assim também conosco. A oração de um novo convertido é pequena e superficial, ou pelo menos tende a ser. Mas, a oração dos mais velhos tende a ser maior e mais profunda. Entendam. Tende a ser, isto é, em princípio.

Amados, não podemos ter uma vida de oração enquanto não tivermos a visão desta tremenda obra de Deus, que é a salvação, no nosso coração. Em todas estas passagens, primeiramente Paulo tem a visão celestial para depois interceder pelos efésios. A espiritualidade vem antes da ação, a revelação vem antes da espiritualidade. Tudo começa com Deus. É a graça do Evangelho de Cristo. A graça e a verdade vieram por Jesus Cristo. Portanto, devemos orar a Deus que abra o nosso coração para as insondáveis riquezas de Cristo, para que a nossa vida de oração seja uma vida frutífera, persistente, fortificadora. Não podemos esperar compromisso de oração de pessoas que estão dentro das igrejas mas tem um crescimento espiritual pequeno. Anões não veem longe a não ser que subam nos ombros dos gigantes. Oh, subamos as montanhas das páginas do Novo Testamento e vejamos, como Moisés no monte Nebo, as maravilhas de Canaã. Só assim, seremos guerreiros de oração. Agora posso compreender Paulo, homem de visão, homem de oração.