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quinta-feira, 23 de junho de 2011

Deus, de Eternidade a Eternidade


                                                                     Carmelo Peixoto


Na realidade, o que precisamos é de Deus mesmo. ... 
(A. W. Tozer)


   Deveríamos pensar mais sobre isto: “mesmo de eternidade a eternidade, tu és Deus”. Salmo 90:2. Ninguém o tira da posição de chefe sobre todos: “Parte superior do formulárioaquietai-vos, e sabei que eu sou Deus; serei exaltado entre os gentios; serei exaltado sobre a terra”. Salmo 46:10

   Toda a cultura moderna, centrada no homem é um forte apelo para que a igreja cristã também se esqueça de quem é Deus e que Ele está acima de tudo e de todos e passe a querer colocar o homem no centro das coisas, e deixe de exortar ao arrependimento os pecadores. Ah se a igreja de nossos dias tivesse uma percepção clara de quem é Deus, de sua majestade e do que O Santo de Israel significa para nós, os remidos do Senhor.  Esta geração precisa entender de que o homem é pó, vento que passa e não volta, seja um milionário ou  um zelador de condomínio. Esquecemos de quem Ele é e com isto todo o sistema de pensamento, vida devocional, reflexões de ordem teológica, ensino, tudo sai do lugar, porque a doutrina de Deus deve vir em primeiro lugar, pois é Ele é o alfa e o ômega, o princípio e o fim.Ele criou todas as coisas. Foi Deus que nos buscou (Romanos 3:11b), quem nos amou primeiro (1 João 4:19), É Ele quem nos salva (Efésios 2:8,9), é Ele quem nos santifica, começou boa obra em nós e vai levar até o fim (Filipenses 1:6), ele nos deu para o Filho – “Manifestei o teu nome aos homens que do mundo me deste; eram teus, e tu mos deste, e guardaram a tua palavra”. - (João 17:6), Ele ressuscitou a Jesus e nos ressuscitará no último dia através do Filho de Deus: “Sabendo que o que ressuscitou o Senhor Jesus nos ressuscitará também por Jesus, e nos apresentará convosco”. (2 Coríntios 4:14) Deus é tudo para nós: “Quem tenho eu no céu senão a ti? e na terra não há quem eu deseje além de ti”. Salmo 73:25.

   O mundo atual na sua expressão (cultura moderna e ou pós-moderna) luta contra esta compreensão, e há muitos cristãos influenciados por uma visão mesquinha da vida, centrada no homem, nos poucos dias de sua vida, que logo passará. Os cristãos do passado não viam as coisas assim: Deus está no comando, sua glória enche a terra e o céu. O que precisamos é de Deus mesmo, disse Tozer. Uma vida em que Deus não é prioridade produz pouco fruto: para que se consagrar ao Senhor? Está tudo bem assim. Para que pregar o evangelho, ter todo este afã de obedecer ao ide de Jesus? Para que orar muito, a vida é muito estressante, já trabalhamos demais? Por que ler muito a Bíblia? Vemos assim que a vida devocional vai perdendo sentido, porque já se perdeu Deus de vista.  Crentes que pensam assim (mas não verbalizam) são coniventes com a sua carne e o pecado, porque a vida perde significado e propósito. A consequência é o não desenvolvimento da vida espiritual dos crentes.  Uma igreja sem poder de testemunhar, crianças na fé, religiosos, usando métodos e estratégias sem a orientação de Deus, que eles conhecem pouco, uma vez que nunca cresceram na fé. Quando Amazias, rei de Judá, contratou cem mil homens a Israel por cem talentos de prata, Deus enviou certo homem de Deus para dizer-lhe que não usasse na guerra o exército de Israel porque o Senhor não é com Israel, evitando que o rei Amazias se associasse com más companhias e ainda advertiu que ele cairia diante do inimigo se levasse consigo tais soldados. Ao ouvir isto, o rei Amazias atendeu a orientação de Deus e teve vitória contra o inimigo, na batalha, ferindo a dez mil dos filhos de Seir. Mas uma geração que não dá testemunho, que se associa com gente incrédula, que não conhece ou tem uma percepção clara de quem é Deus, dos seus atributos, do que Ele é para a alma humana,  e que, possivelmente por isso, não tem Deus como prioridade, uma geração com tão pouco conhecimento do Deus eterno, não produz muito fruto, esqueceu-se de que são apenas ramos e que “sem mim nada podeis fazer” (João 15:5)

   A igreja cristã precisa voltar a ver espiritualmente quem é Deus. Quando Isaías viu quem era Deus, cercado por querubins no alto e sublime trono, reconheceu que estava passando, morrendo. (ver cap. 6 do livro de Isaías) A santidade de Deus o colocou no seu devido lugar, mas foi preciso um novo toque de graça vindo do altar no seu pecado para que ele pudesse ouvir Deus dizer: Quem há de ir por nós e poder responder: eis-me aqui envia-me a mim.  Por que tão poucos querem ser missionários? É quase certo que é porque não viram ainda Deus na beleza da sua santidade, não o viram como chefe sobre todos. Não tem o anelo de Deus, da presença dele, da comunhão com ele, por isso são tão pouco transformados, por isso levam suas vidas na sua carne. Dói ver a  riqueza de Deus, aberta ao seu povo, na fonte que é Jesus Cristo  e os crentes tendo tão pouco dele.

   Quero acrescentar nesta reflexão um texto que se encaixa naquilo que estou tentando comunicar. Trata-se da Confissão de Fé Batista de 1689,  mais precisamente o capítulo 2, referente a Deus e À Santíssima Trindade. Creio que vai ajudar muito a buscarmos mais a Deus, para a glória de Deus e para o nosso bem .


CAPÍTULO 2 



DEUS E A SANTÍSSIMA TRINDADE 

 
1. O Senhor nosso Deus é somente um, o Deus vivo e verdadeiro, [1] cuja subsistência está em si mesmo e provém de si mesmo; [2] infinito em seu ser e perfeição, cuja essência por ninguém pode ser compreendida, senão por Ele mesmo. [3] Ele é um espírito puríssimo, [4] invisível, sem corpo, membros ou paixões; o único que possui imortalidade, habitando em luz inacessível, a qual nenhum homem é capaz de ver; [5] imutável, 6 imenso, 7 eterno, [8] incompreensível, todo-poderoso; [9] em tudo infinito, santíssimo, 10 sapientíssimo; completamente livre e absoluto, operando todas as coisas segundo o conselho da sua própria vontade, 11 que é justíssima e imutável, e para a sua própria glória; 12 amantíssimo, gracioso, misericordioso, longânimo; abundante em verdade e benignidade, perdoando a iniquidade, a transgressão e o pecado; o recompensador daqueles que o buscam diligentemente; 13 contudo justíssimo e terrível em seus julgamentos, 14 odiando todo pecado, 15 e que de modo nenhum inocentará o culpado. 16
   
  1   1Co.8.4,6: No tocante à comida sacrificada a ídolos, sabemos que o ídolo de si mesmo nada é no mundo, e que não há senão um só Deus.
Todavia para nós há um só Deus, o Pai, de quem são todas as cousas e para quem existimos, e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual são todas as cousas, e nós também por ele.
     Dt.6.4: Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor.
2   Jr.10.10: Mas o Senhor é verdadeiramente Deus; ele é o Deus vivo e o rei eterno; do seu furor treme a terra, e as nações não podem suportar a sua indignação.
     Is.48.12: Dá-me ouvidos, ó Jacó, e tu, o Israel, a quem chamei; eu sou o mesmo, sou o primeiro, e também o último.
3   Êx.3.14: Disse Deus a Moisés: Eu Sou O que Sou. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: Eu Sou me enviou a vós outros.
4   Jo.4.24: Deus é espirito; e importa que os seus adoradores o adorem em espirito e em verdade.
5   1Tm.1.17: Assim, ao Rei eterno, imortal, invisível, Deus único, honra e glória pelos séculos dos séculos. Amém.
     Dt. 4.15,16: Guardai, pois, cuidadosamente as vossas almas, pois aparência nenhuma vistes no dia em que o Senhor vosso Deus vos falou, em Horebe, no meio do fogo; para que não vos corrompais, e vos façais alguma imagem esculpida na forma de ídolo, semelhança de homem ou de mulher;
6   Ml. 3.6: Porque eu, o Senhor, não mudo; por isso vós, ó filhos de Jacó, não sois consumidos.
7   1Rs.8.27: Mas, de fato habitará Deus na terra? Eis que os céus, e até o céu dos céus, não te podem conter, quanto menos esta casa que eu edifiquei.
     Jr..23.23: Acaso sou Deus apenas de Perto, diz o Senhor, e não também de longe?
8    Sl.90.2: Antes que os montes nascessem e se formassem a terra e o mundo, de eternidade a eternidade, tu és Deus.
9    Gn.17.1: Quando atingiu Abraão a idade de noventa e nove anos, apareceu-lhe o Senhor, e disse-lhe: Eu sou o Deus Todo-Poderoso: anda na minha presença, e sê perfeito.
10   Is.6.3: E clamavam uns para os outros, dizendo: Santo, santo, santo é o Senhor dos Exércitos, toda terra está cheia da sua glória.
11   Sl.115.3: No céu está o nosso Deus; e tudo faz como lhe agrada.
      Is. 46.10: ...que desde o princípio anuncio o que há de acontecer, e desde a antigüidade as cousas que ainda não sucederam; que digo: O meu conselho permanecerá de pé, farei a minha vontade;
12   Pv.16.4: O Senhor fez todas as cousas para determinados fins, e até o perverso para o dia da calamidade.
       Rm. 11.36: Porque dele e por meio dele e para ele são todas as cousas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém.
13    Êx.34.6,7: E, passando o Senhor por diante dele, clamou: Senhor, Senhor Deus compassivo, clemente e longânimo, e grande em misericórdia e fidelidade;
que guarda a misericórdia em mil gerações, que perdoa a iniquidade , a transgressão e o pecado, ainda que não inocenta o culpado, e visita a iniquidade dos pais nos filhos, e nos filhos dos filhos até à terceira e Quarta geração.
      Hb.11.6: De fato, sem fé é impossível agradar a Deus, porquanto é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que se torna galardoador dos que o buscam.
14   Ne.9.32,33: Agora, pois, ó Deus nosso, ó Deus grande, poderoso e temível, que guardas a aliança e a misericórdia, não menosprezes toda a aflição que nos sobreveio, a nós, aos nossos reis, aos nossos príncipes, aos nossos sacerdotes, aos nossos profetas, aos nossos pais e a todo o teu povo, desde os dias dos reis da Assíria até ao dia de hoje.
Porque te és justo em tudo quanto tem vindo sobre nós; pois tu fielmente procedeste e nós perversamente.
15   Sl.5.5,6: Os arrogantes não permanecerão à tua vista; aborreces a todos que praticam iniquidade.
Tu destróis os que proferem mentira; o Senhor abomina ao sanguinário e ao fraudulento.
16   Êx.34.7: ...que guarda a misericórdia em mil gerações, que perdoa a iniquidade , a transgressão e o pecado, ainda que não inocenta o culpado, e visita a iniquidade dos pais nos filhos, e nos filhos dos filhos até à terceira e Quarta geração.
      Na. 1.2,3: O Senhor é Deus zeloso e vingador; o Senhor é vingador e cheio de ira; o Senhor toma vingança contra seus adversários, e reserva indignação para os seus inimigos.
O Senhor é tardio em irar-se, mas grande em poder, e jamais inocenta o culpado; o Senhor tem o seu caminho na tormenta e na tempestade, e as nuvens são o pó dos seus pés.
 
2. Deus tem em si mesmo e de si mesmo toda a vida, 17 glória, 18 bondade 19 e bem-aventurança. Somente ele é auto-suficiente, em si e para si mesmo; e não precisa de nenhuma das criaturas que fez, nem delas deriva glória alguma; 20 mas somente manifesta, nelas, por elas, para elas e sobre elas a sua própria glória. Ele, somente, é a fonte de toda existência: de quem, através de quem e para quem são todas as coisas, 21 tendo o mais soberano domínio sobre todas as criaturas, para fazer por meio delas, para elas e sobre elas tudo quanto lhe agrade. 22 Todas as coisas estão abertas e manifestas perante Ele; 23 o seu conhecimento é infinito, infalível e independe da criatura, de maneira que para Ele nada é contingente ou incerto. 24 Ele é santíssimo em todos os seus pensamentos, em todas as suas obras, 25 e em todos os seus mandamentos. A Ele são devidos, da parte de anjos e de homens, toda adoração, 26 todo serviço, e toda obediência que, como criaturas, eles devem a criador; e tudo mais que Ele se agrade em requerer de suas criaturas.
17   jo.5.26: Porque assim como o Pai tem vida em si mesmo, também concedeu ao Filho ter vida em si mesmo.
18   Sl.148.13: Louvem o nome do Senhor, porque só o seu nome é excelso: a sua majestade é acima da terra e do céu.
19   Sl.119.68: Tu és bom e fazes o bem; ensina-me os teus decretos.
20   Jó 22.2,3: Porventura será o homem de algum proveito a Deus? Antes o sábio é só útil a si mesmo.
Ou tem o Todo-Poderoso interesse em que sejas justo, ou algum lucro em que faças perfeitos os teus caminhos?
21   Rm.11.34-36: Quem, pois, conheceu a mente do Senhor? ou quem foi o seu conselheiro?
Ou quem primeiro lhe deu a ele para que lhe venha a ser restituído?
Porque dele e por meio dele e para ele são todas as cousas. A ele, pois, a glória eternamente, amém.
22   Dn.4.25,34,35: ...serás expulso de entre os homens, e a tua morada será com os animais do campo, e dar-te-ão a comer ervas como aos bois, e serás molhado do orvalho do céu; e passar-se-ão sete tempos por cima de ti, até que conheças que o Altíssimo tem poder sobre o reino dos homens, e o dá a quem quer.
Mas ao fim daqueles dias eu, Nabudodonosor, levantei os olhos ao céu, tornou-me a vir o entendimento, e eu bendisse o altíssimo, e louvei e glorifiquei ao que vive para sempre, cujo domínio é sempiterno, e cujo reino é de geração a geração.
Todos os moradores da terra são por ele reputados em nada, e segundo a sua vontade ele opera com o exército do céu e os moradores da terra, não há quem lhe possa deter a mão, nem lhe dizer: Que fazes?
23   Hb.4.13: E não há criatura que não seja manifesta na sua presença; pelo contrário, todas as cousas estão descobertas e patentes aos olhos daquele a quem temos de prestar contas.
24   Ez.11.5: Caiu, pois, sobre mim o Espírito do Senhor, e disse-me: fala: Assim diz o Senhor: Assim tendes dito, ó casa de Israel; porque quanto às cousas que vos surgem à mente, eu as conheço.
      At.15.18: diz o Senhor que faz estas cousas conhecidas desde séculos.
25   Sl.145.17: Justo é o Senhor em todos os seus caminhos, benigno em todas as suas obras.
26   Ap.5.12-14: ...proclamando em grande voz: Digno é o Cordeiro, que foi morto, de receber o poder, e riqueza, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e louvor.
Então ouvi que toda criatura que há no céu e sobre a terra, debaixo da terra e sobre o mar, e tudo o que neles há, estava dizendo: Àquele que está sentado no trono, e ao Cordeiro, seja o louvor, e a honra, e a glória, e o domínio pelos séculos dos séculos.
E os quatro seres viventes respondiam: Amém; também os anciãos prostraram-se e adoraram.
 
3. Neste ser divino e infinito há três pessoas: o Pai, a Palavra (ou Filho) e o Espirito Santo; 27 de uma mesma substância, igual poder e eternidade, possuindo cada uma inteira essência divina, que é indivisível. 28 O Pai, de ninguém é gerado ou procedente; o Filho é gerado eternamente do Pai; 29 o Espirito Santo procede do Pai e do Filho, eternamente; 30 todos infinitos e sem princípio de existência. Portanto, um só Deus; que não deve ser divido em seu ser ou natureza, mas, sim, distinguido pelas diversas propriedades peculiares e relativas, e relações pessoais. Essa doutrina da Trindade é o fundamento de toda a nossa comunhão com Deus e confortável dependência dEle.
27   1Jo.5.7: Pois há três que dão testemunho [no céu: o Pai, a Palavra e o Espírito Santo; e estes três são um.
Mt.28.19: Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo;
      2Co.13.13: A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos vós.
28   Êx.3.14: Disse Deus a Moisés: Eu Sou o que Sou. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: Eu Sou me enviou a vós outros.
      Jo.14.11: Crede-me que eu estou no Pai, e o Pai em mim; crede ao menos por causa das boas obras.
      1Co.8.6: ...todavia, para nós há um só Deus, o Pai, de quem são todas as cousas e para quem existimos, e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual são todas as cousas, e nós também por ele.
29   Jo.1.14,18: E o Verbo se faz carne, e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai.
Ninguém jamais viu a Deus: o Deus unigênito, que está no seio do Pai, é quem o revelou.
30    Jo.15.26: Quando, porém, vier o Consolador, que eu vos enviarei da parte do Pai, o Espírito da verdade, que dele procede, esse dará testemunho de mim;
      Gl.4.6: .E, porque vós sois filhos, enviou Deus aos nossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai.
Fonte: http://www.monergismo.com/textos/credos/1689.htm
 
   A compreensão que surge de Deus a partir destes tópicos precisa chegar ao conhecimento dos cristãos desta geração, para que sua atitude de adoração, comunhão, oração, serviço, por exemplo,  possa se fortalecer e a sua vida cristã se desenvolver. Não se pode esperar muito de cristãos sem crescimento espiritual, não se pode confiar a eles um trabalho na seara que seja efetivamente frutífero. Deus no início, Deus no fim, Deus no Centro de nossa vida, em Cristo Jesus;  glória a Ele na igreja, em todos os séculos, como faz Paulo.  De eternidade a eternidade, tu és Deus. Carmelo Peixoto.
 
 





quinta-feira, 16 de junho de 2011

Relato de um avivamento


                                                             Carmelo Peixoto


Selecionei abaixo um trecho de um livro sobre avivamento. Vale a pena conferir o Deus já fez e faz neste mundo

           Avivamento de Jonathan Edwards

      Edwards revela o segredo deste avivamento.  Diz ele: “ o espírito daqueles que estiveram em angústia pelas almas dos outros, tanto quanto eu posso entender, parece não ser diferente do espírito do apóstolo que se angustiava pelas almas perdidas”. A noite que precedeu ao dia do início do avivamento, alguns crentes se reuniram e passaram  a noite inteira em oração”.

     “Não ficou pessoa alguma na cidade de Northampton, velha ou moça, desinteressada nas grandes coisas do eterno mundo. A obra de conversão foi levada a efeito do modo mais admirável e prosperava cada vez mais. As almas rendiam-se a Jesus Cristo em tão grande número como se fossem rebanhos. Essa obra de Deus logo fez uma gloriosa alteração na cidade; de modo que na primavera e no verão seguinte , a cidade parecia estar cheia da presença de Deus; nunca estivera tão cheia de amor, nem de alegria , nem ainda tão cheia de angústia de alma, como estava agora”.

     Havia notáveis sinais da presença de Deus em quase toda casa. Era um tempo de alegria nos lares por causa da salvação que neles entrava; pais se regozijavam pela conversão dos filhos; esposos, pelas esposas; e esposas pelos esposos. Os passos de Deus eram visíveis em Seu santuário. O Dia do Senhor era um deleite, e os Seus tabernáculos  eram cativantes”

      Extraído de História dos Avivamentos Religiosos, de William E Allen. Rio: Casa Publicadora batista. p22


     Olhem para a igreja hoje e vejam a situação. Gente deprimida, gente na prática do pecado se dizendo crente, gente sem esperança, sem conhecimento da Palavra de Deus, evangelho pregado sem poder, manipulação, falta de solenidade nos cultos, pouco poder de testemunho. Até  quando ?! Não sei. Mas proponho algo:  Oração por avivamento  (não conheço outro caminho), pregação de toda a Palavra de Deus, doa em quem doer, santidade prática, temor de Deus, olhos na eternidade, pureza de vida.  Confiança, fé que Deus vai enviar um avivamento.

   Deus se apiede desta nação. Ele é grande e maravilhoso demais para ficarmos contentes com a terra. A minha oração é por ter os olhos na eternidade. Carmelo Peixoto.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

A Clareza de Visão sobre a Oração em E. M. Bounds


                                                                 Carmelo Peixoto

     Creio que vou prestar um bom serviço à Igreja do Senhor se selecionar um trecho de E. M . Bounds. Esse homem tinha uma visão clara.  Na Wikipédia encontramos um verbete sobre ele. Edward McKendree Bounds  (15 de agosto de 1835 (1835/08/15) - 24 de agosto de 1913) (1913/08/24))foi um clérigo da Igreja Metodista Episcopal do Sul e autor de onze livros, nove dos quais concentrados no assunto da oração.
 
     Vamos ao texto, ele constitui o primeiro capítulo do livro Poder através da oração, intitulado O Canal Divino de Poder:

    Estamos constantemente empenhados, senão obcecados, em arquitetar novos métodos, novos planos e novas organizações para fazer a Igreja progredir e assegurar a divulgação e a eficiência do Evangelho.

     Essa direção hodierna tem a tendência de perder a visão do homem ou afogar o homem no plano ou na organização. O Plano de Deus é usar o homem e usá-lo muito mais do qualquer outra coisa. Homens são o método de Deus.

     A Igreja está procurando métodos melhores; Deus está buscando homens melhores. “Houve um homem enviado por Deus cujo nome era João” (Jo.1:6). A dispensação que anunciou e preparou o caminho de Cristo, estava confiada àquele homem, João: “Um menino nos nasceu, um filho se nos deu” (Is. 9:6). A salvação do mundo se originou naquele Filho ainda menino. Paulo traz à luz o segredo do êxito dos homens que arraigaram o Evangelho no mundo quando pôs em relevo o caráter pessoal desses homens. A glória e a eficiência do Evangelho dependem dos homens que o proclamam. Quando Deus declara que “quanto ao Senhor, Seus olhos passam por toda a terra, para mostrar-se forte para com aqueles cujo coração é perfeito para com Ele” (II Cr. 16:9), declara a necessidade de homens e o fato de Deus depender de homens que sejam canais por meio dos quais exerça Seu poder sobre o mundo.

    Essa verdade vital e urgente é o que esta era das máquinas tende a esquecer. Esquecê-la é funesto para a obra de Deus como seria desastroso se o sol desaparecesse da abóbada celestial. Seguir-se-iam trevas, confusão e morte.

    O que a Igreja necessita não é de mais e melhor maquinismo, de novas organizações ou mais e novos métodos, mas homens a quem o Espírito Santo possa usar – homens de oração, homens poderosos na oração. O Espírito Santo não se derrama através dos métodos, mas por meio de homens. Não vem sobre maquinaria, mas sobre homens. Não unge planos, mas homens - homens de oração.

  
 Um eminente historiador disse que os acidentes do caráter pessoal têm mais a ver com as revoluções  das nações do que os historiadores, filósofos ou políticos democráticos reconhecem. Essa verdade tem aplicação plena no Evangelho de Cristo, ao caráter e à conduta dos seguidores de Cristo – Cristianiza o mundo e transforma nações e indivíduos. Em relação aos pregadores do Evangelho, é eminentemente verdadeiro.

    Tanto o caráter como o sucesso do Evangelho estão confiados ao pregador. Ele faz ou desfaz a mensagem de Deus ao homem. O pregador é o canal de ouro pelo qual o óleo divino flui. O canal deve ser não só dourado, mas também aberto e sem rachaduras, para que o óleo flua bem, sem obstáculo e sem desperdício.

    O homem faz o pregador. Deus deve fazer o homem. O mensageiro é, se possível, mais do que a mensagem. O pregador é mais que o sermão. O pregador faz o sermão. Como o leite nutridor do seio materno é a própria vida materna, de igual modo tudo o que o pregador diz está matizado e impregnado daquilo que o pregador é. O tesouro está nos vasos de barro e o sabor do vaso nele se impregna e pode descorá-lo. O homem, o homem todo, jaz atrás do sermão. A pregação não é tarefa de uma hora. È manifestação de uma vida. É preciso vinte anos para fazer um sermão, porque são necessários vinte anos para formar o homem. O verdadeiro sermão é uma obra de vida. O sermão evoluiu porque o homem se desenvolveu. O sermão é poderoso, porque o homem tem poder. O sermão é santo porque o homem é santo. O sermão está cheio de unção divina, porque o homem está cheio de unção divina.

    Paulo denominou-se “Meu Evangelho”; não que o tenha degradado por suas excentricidades pessoais ou desviado por apropriação egoísta, mas o Evangelho foi colocado no coração e no sangue do homem Paulo, como uma responsabilidade pessoal, para ser executado pelas peculiaridades paulinas, a fim de trazê-lo em chamas e impulsioná-lo pela ígnea energia da sua alma ardente. Os sermões de Paulo – que eram eles? Onde estão eles? Esboços, fragmentos esparsos, flutuando no mar da inspiração! Mas, o homem Paulo, maior que os seus sermões, vive para sempre, em plena forma, figura e estatura com sua mão modeladora sobre a Igreja. A pregação é apenas uma voz. A voz silencia, o tema é esquecido, o sermão apaga-se da memória; no entanto, o pregador vive.

    O sermão não pode elevar-se em suas forças vivificadoras acima do homem. Homens mortos em tiram de si sermões mortos e sermões mortos matam. Tudo depende do caráter espiritual do pregador. Sob a dispensação  judaica, o sumo sacerdote trazia um frontal de ouro com a inscrição “Santidade ao Senhor” em letras engastadas de jóias. De igual modo, todo o pregador no ministério de Cristo deve ser moldado e dominado por essa mesma divisa sagrada. É uma vergonha berrante ao ministério cristão estar debaixo do sacerdócio judaico na santidade de caráter e na santidade de objetivo. Jonathan Edwards disse: “Eu continuei com minha busca intensa de mais santidade e conformidade com Cristo. O céu que eu desejava era o céu de santidade”.

    O Evangelho de Cristo não é movido por ondas comuns. Não tem o poder de autopropagação. Move-se como se movem os homens que tomaram o encargo disso. O pregador deve personificar o Evangelho. As características divinas e mais salientes do Evangelho devem estar nele incorporadas. O poder do amor, que constrange, tem que estar no pregador como uma força relevante, excêntrica, que domina todo e o faz esquecer-se de si mesmo. A energia da abnegação própria tem que constituir seu ser, coração, sangue e ossos. Ele deve seguir avante entre homens como homem, revestido de humildade, cheio de brandura, prudente como a serpente, simples como a pomba, reunindo em si a sujeição de um escravo e o espírito de um rei, um rei de figura nobre, real e independente, e a simplicidade e doçura de uma criança.

    O pregador tem de lançar-se a si mesmo, com todo o abandono de uma fé perfeita e esvaziada de si e dum zelo que consome, à sua obra pela salvação dos homens. Sinceros, heróicos, compassivos e intimoratos mártires têm que ser os homens que conquistam a geração e a moldam para Deus. Se forem escravos do tempo, oportunistas, agradadores de homens, sem têm respeito humano, se sua  fé em Deus e Sua palavra tem pouca profundidade, se sua abnegação pessoal é quebrada por qualquer fase do “eu” ou do mundo, não podem tomar conta nem da Igreja nem do mundo para Deus.

    A pregação mais penetrante e forte do pregador deveria ser feita a si mesmo. Sua obra mais difícil, delicada, laboriosa e radical deve ser consigo. A instrução dos doze foi a grande, difícil e paciente obra de Cristo. Os pregadores não são produtores de sermões, mas formadores de homens e de santos e só quem fez de si mesmo um homem e um santo está bem instruído para essa obra. Não é de grandes talentos, de grandes estudos ou de grandes pregadores que Deus necessita, mas de homens grandes em santidade, grandes em fé, grandes em amor, grandes em fidelidade, grandes para Deus – homens que pregam sempre por meio de sermões santos no púlpito e por meio de vidas santas fora do púlpito. Esses podem moldar uma geração para Deus.

    Os primeiros cristãos foram formados segundo esse princípio. Eram homens de sólida formação, pregadores conforme o tipo celestial – heróicos, rijos, militantes e santos. Para eles, a pregação significa uma obra de auto-abnegação, de autocrucificação, séria, árdua, e de mártir. Aplicaram-se a ela de tal modo que influíram na sua geração e formavam no seu seio uma geração que haveria de nascer para Deus. O pregador deve ser homem de oração. A oração é a mais poderosa arma do pregador. É em si mesmo uma força onipotente e dá vida e força a tudo.

    O sermão real é feito no recinto secreto. O homem – o homem de Deus – é formado no recinto secreto. Sua vida e suas mais profundas convicções nascem da sua comunhão secreta com Deus. Suas mensagens mais ricas e doces são alcançadas quando está a sós com Deus. A oração faz o homem; a oração faz o pregador; a oração faz o pastor.

     O púlpito de hoje é pobre em oração. O orgulho da erudição opõe-se à humilde dependência da oração. A oração do púlpito é por demais oficial – um desempenho na rotina do culto. Para o púlpito moderno, a oração não é mais a força poderosa como o era na vida e no ministério de Paulo. Todo pregador que não faz da oração um poderoso fator em sua própria vida e ministério é fraco como agente no trabalho de Deus e impotente para fazer prosperar a Sua causa neste mundo”.

      Espero que este texto tenha trazido grande incentivo e amplie a sua visão da relação da oração com a Palavra de Deus. Abraço, Carmelo Peixoto.

Fonte: Poder através da Oração, de E. M. Bounds, São Paulo, Batista Regular, 1997.